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Quais as principais diferenças entre Venture Debt e Equity?

Entenda as principais diferenças entre venture debt e venture capital e qual o momento mais adequado para optar por cada um desses modelos


Ainda pouco conhecido no mercado brasileiro, venture debt tem crescido cada vez mais nos Estados Unidos, já se apresentando como uma opção complementar de levantamento de capital pelas startups. Apesar desse crescimento, muitos empreendedores ainda têm dúvidas sobre as principais diferenças entre venture debt e venture capital e qual o momento mais adequado para optar por cada um desses modelos.

Necessidade de garantia/colateral: O venture debt, diferentemente do equity que pode ser utilizado em qualquer estágio, é mais utilizado por startups em fase de crescimento, já investidas por fundos de venture capital, normalmente após Séries A. Uma das principais razões por não ser tão comum em seed stage é sua necessidade de garantias reais, também conhecido como colateral. Sabemos que, nesse estágio inicial de desenvolvimento e criação do MVP, ainda não há uma solução robusta, com valor monetário claro que pode ser considerada como uma garantia, principalmente por instituições mais tradicionais. 

Menor valor disponível para captação: Em relação ao valor total captado, venture debt tem um potencial de captação menor quando comparado ao equity, sendo normalmente entre 20-35% do valor da última rodada de venture capital. Apesar de ser um valor mais reduzido, essa dívida poderá ajudar em períodos entre rodadas de captação de equity,  aumentando o runaway e possibilitando atingir alguns milestones que serão importantes para o valuation da sua startup. Por ter natureza de dívida, o venture debt não impactará no captable da sua empresa e poderá deixar mais atrativo para novas rodadas com fundos de VCs. 

Geração de caixa para pagamento de juros e valor principal: Apesar de não diluir o equity da empresa, essa opção demandará planejamento financeiro para pagamento do principal e taxa de juros. Independentemente dos resultados e despesas operacionais da sua startup, positivos ou negativos, será necessário arcar com esses pagamentos recorrentes, que também poderão ser impactados por fatores externos como flutuações nas taxas de juros. Empresas que já geram um caixa saudável estão em uma melhor posição para uma dívida nesse modelo vs. empresas que ainda ‘queimam’ muito caixa para operar, podendo ter dificuldade em arcar com o pagamento da dívida no prazo estipulado. 

Covenants e restrições contratuais: Apesar de não ser tão comum como outros formatos de dívida, algumas instituições podem estabelecer restrições contratuais ou covenants no contrato de venture debt a fim de mitigar riscos de inadimplência. Esses covenants podem ser de natureza operacional, financeira ou estatutária. Alguns exemplos dessas restrições são a necessidade de estabelecer um teto para endividamento da empresa ou também a  vinculação desses recursos para projetos específicos. Desta forma, é relevante sempre considerar essas implicações na governança e funcionamento da sua startup.

Maior velocidade no processo de levantamento de capital: Venture debt tende a ser um instrumento complementar ao equity, principalmente em situações de maior urgência de capital, com um processo mais simples e rápido quando comparado ao de captação de equity. O processo de investimento de fundos de venture capital tende a ser mais complexo e profundo, principalmente por ser uma relação de longo prazo. Como em um casamento, ambas as partes (investidores e founders) precisam estar seguros e embasados se comprometerem nessa relação de longo prazo.

Opções alternativas entre venture debt e equity: No meio do caminho entre venture debt e equity, também há opções mais acessíveis para startups em early stage como os modelos Convertible Note e SAFE. Conforme já explicado anteriormente, essas opções são muito utilizadas por early stage VCs, sendo dívidas convertidas em equity em rodadas futuras de levantamento de capital. Um ponto importante nessa estratégia é que possibilita você consegue levantar capital de uma forma mais simplificada e já começa a formar um time de investidores (anjos, fundos) que ajudarão na estratégia de longo prazo da sua startup seja através de influências, conexões e experiências. Outra opção também seria abrir linhas de financiamento para necessidades específicas, como por exemplo para digital marketing realizada pelo Divibank.

Assim, é interessante sempre entender qual o momento de sua startup e ponderar quais serão os impactos dessas opções ao longo prazo, seja para levantar outras rodadas de investimento como também no caminho mais adequado para te apoiar nessa jornada de transformação de ideia em unicórnio.


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December 18, 2020

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